Cruzados, cruzeiros e cruzeiros novos estavam em casa de São Bonifácio.
Avaliação foi feita por economista catarinense, com base no valor da época.

Ao todo, na mala, estavam 1.390.105 cruzeiros, 35.650 cruzados e 100 cruzados novos. Nesta sexta-feira (15), a neta descobriu que a família nunca ficaria rica com as economias do avô - o valor monetário dos cruzados compraria apenas 114 quilos de feijão na época e, com os cruzeiros, não seria possível adquirir nem um carro.
Mirta diz ter ficado "indignada" ao ver que o dinheiro havia sido acumulado por tanto tempo pelo avô, Nicolau, que era comerciante. "A gente dizia [para ele]: 'dá um dinheirinho pra mim?'. 'Nada, nada, nada disso ele dizia'. 'Vovô não tem dinheiro. Falta, não tem", ele dizia", recorda a neta.
Poder de compra
Procurada pelo G1 nesta sexta, a neta soube pela primeira vez do que o dinheiro poderia comprar na época. Com os cruzados, por exemplo, segundo a economista Janypher Marcela Inácio, compraria, no máximo, 114 quilos de feijão em 1988. "Já daria pra tirar um pouco o 'pé do lodo'. Já me ajudaria muito ou, pelo menos, iria comer bem", brincou Mirta.
A compra de feijão em um mercado foi a avaliação mais precisa feita pela economista. Em 1988, o preço tabelado médio do quilo da leguminosa era de 312 cruzados. Com a quantidade de dinheiro que havia na mala, seria possível comprar aproximadamente 114 quilos do alimento. Pensando o preço médio do feijão preto em 2014 como R$ 5, o poder de compra do montante guardado em cruzados equivaleria hoje cerca de R$ 570.

(Foto: Reprodução RBS TV)
Com a quantidade de cruzeiros que possuía, considerando a última fase de circulação da moeda, na década de 1990, o avô não conseguiria sequer comprar um carro. A economista cita como exemplo um Gol GTI - modelo de carro esportivo -, que valia 307,3 milhões de cruzeiros na época. Considerando o valor que havia na mala, 1.390.105 cruzeiros, a família precisaria pagar 222 parcelas deste valor para adquirir o automóvel, ou seja, seriam 18 anos de economia.
Mesmo assim, a herdeira não se conforma com o dinheiro guardado por tanto tempo. "Se hoje meu avô tivesse vivo, eu tiraria satisfações com ele", ri a neta.
Créditos - Portal G1
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